A Secretaria de Cultura e Turismo de Itapira, através do Museu Municipal Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” abre nesta quinta-feira, 18, a exposição "O Crime da Penha - O assassinato que transformou uma cidade e assombrou gerações".
A mostra aborda os acontecimentos na então cidade de Penha do Rio do Peixe, atual Itapira, no sábado, 11 de fevereiro de 1888, quando o delegado natural de Mogi Mirim, Joaquim Firmino de Araújo Cunha, foi brutalmente assassinado em sua residência, na cidade de Itapira, na frente de sua esposa e filha.
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Delegado abolicionista foi morto na frente da família |
Devido à imensa repercussão do crime, os acusados foram prontamente identificados e o julgamento aconteceu apenas alguns meses depois do crime. A lista dos réus contava com cerca de 40 nomes, entre eles, diversos fazendeiros da então Penha do Rio do Peixe. O principal acusado, entretanto, foi o médico e fazendeiro americano James Warne (ex-combatente do Exército Confederado durante a Guerra Civil Americana). Hoje, documentos comprovam que o delegado possuía escravos não libertos como sua propriedade.
Na exposição, os visitantes poderão conhecer trechos do processo, incluindo depoimentos fundamentais, como os da esposa e filha da vítima, assim como o auto de corpo de delito. Uma cópia do processo estará exposta, ao lado de documentos originais de compra e venda de escravos e atas referentes à mudança do nome da cidade, além de matérias de jornais da época.
Os famosos retratos feitos pelo desenhista italiano Ângelo Agostini, para a histórica Revista Ilustrada, além de fotografias daquele período, também estarão na exposição. O Museu Municipal Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” fica no interior do Parque Juca Mulato, região central de Itapira. A exposição fica aberta até o dia 13 de maio, data da abolição da escravatura no Brasil e encerramento da Festa de Maio em Itapira, em louvor a São Benedito, a maior e mais antiga festa negra do País.
Da Redação
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