O projeto de lei (PL) 1615/2019, que classifica a visão monocular como deficiência, assegurando a pessoas portadoras dessa condição os mesmos direitos e benefícios previstos na legislação para a pessoa com deficiência, ganhou o apoio da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Inspirada na trajetória de vida de uma mogimiriana, a lei recebeu nome de Amália Barros.
Jornalista e influenciadora digital, Amália vem mobilizando forças em prol de pessoas que, assim como ela, possuem visão monocular. A luta resultou no projeto de lei, protocolado há quase dois anos pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) e outros. Aprovado pelo Senado, o PL aguarda agora a tramitação na Câmara dos Deputados para, apenas depois de aprovado na segunda Casa legislativa, seguir para sanção do presidente da República.
Atualmente, o PL aguarda pareceres das comissões da Câmara. Mas a mobilização de Amália para que a lei seja aprovada continua. A agenda em Brasília (DF) com a primeira-dama, nesta terça-feira, dia 9, faz parte dessa articulação. “Ela ouviu nossa causa, entendeu e apoiou”, garantiu a jornalista. “Ela é de uma sensibilidade, de um carisma, de um carinho. Estou apaixonada!”, disse ainda sobre Michelle.
“Nunca imaginei que um trabalho que começou nas redes sociais um dia fosse alcançar uma pessoa tão importante para o nosso país”, celebrou Amália, que agradeceu também ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, que intermediou o encontro. A agenda em Brasília incluiu ainda uma reunião com o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
MONOCULAR
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a visão monocular como uma deficiência visual em razão da perda da visão binocular (nos dois olhos) no processo de formação da visão. Essas pessoas apresentam limitações médicas, psicossociais, educacionais e profissionais, além disso, são alvos de discriminação.
A mão sobre um dos olhos é o símbolo que representa as pessoas com deficiência visual que enxergam com apenas um olho. Os monoculares têm a sensação tridimensional limitada, portanto, essas pessoas apresentam noção de profundidade bastante limitada. O símbolo serve de orientação para que a população identifique os monoculares nas mais diversas situações.